A Associação Recreativa Carnavalesca Afoxé Alafin Oyó

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um Pouco da Nossa Historia

O que é , e o q significa Afoxé


Em linhas gerais, o Afoxé, também denominado popularmente Candomblé de Rua, é uma manifestação cultural fundamentada nas doutrinas africanas de Culto aos Orixás, que na diáspora para o Brasil denominou-se Candomblé. Por isso, cada grupo adota um Orixá como guia e é zelado por uma liderança religiosa, Babalorixá2 (Pai de Santo) ou Ialorixá3 (Mãe de Santo). É esta pessoa quem orienta o grupo em todos os aspectos, e seus participantes, mesmo que não adeptos do Candomblé, devem respeitar a hierarquia, os fundamentos religiosos e ter disciplina, obedecendoaos critérios de funcionamento do Terreiro ao qual pertence o grupo.

Como Surgiu os Afoxés em PE.

Durante o Estado Novo (1937 – 1945) as organizações negras, bem como outras organizações sociais, vivenciaram toda sorte de repressão,5 mas no decorrer da década de 70 começaram a se reorganizar e junto com outros segmentos, lutar pela reabertura política. Em 1978, por exemplo, funda-se o MNU - Movimento Negro Unificado, em São Paulo e no Recife, um ano depois o Movimento Negro do Recife.6 Integrantes deste Movimento e pessoas comprometidas com o fim das idéias racistas, apoiadas pelo Babalorixá Raminho de Oxossi, fundam o Afoxé Ilê de África para o carnaval de 1981. Mesmo copiando o modelo estético do Afoxé Filhos de Gandhy, de Salvador, a participação de mulheres foi uma particularidade não vista até então e o grupo contribuíra para o início de um novo ordenamento no que concerne à possibilidade de participação das mulheres na manifestação, como membro integrante e como agente político de um movimento mais amplo, ao menos teoricamente, pois, ao que parece, o afoxé torna-se um dos mecanismos da reorganização política dos segmentos negros do Recife e, em particular, das mulheres negras. Entre as músicas cantadas, a que segue contextualizava o momento:


Gingando e tocando atabaque no asfalto lá vem
É o Ilê de África, tem, tem, tem,
Tem muito preto adoidado e muita preta também
Venha e cante comigo, mas só cante em nagô
E
não tenha preconceito dê valor a essa cor
Lêlêlê, lêlêlê, lêlêlêô, dê valor a essa cor. (grifo meu)

No fim dos anos 80, já se contavam mais quatro grupos: o Axé Nagô (criado por dissidentes do Ilê de África com um curto tempo de atividades), o Povo de Odé (1982), o Ilê de Egbá (1985) e Alafin Oyó (1986), os três últimos em atividade até hoje.

A década de 90 manteve a criação de novos grupos. De 2001 a 2003 a Prefeitura do Recife realiza pesquisa sobre a história dos afoxés nesta cidade e quando saem os primeiros é notável a estabilidade dos grupos existentes, bem como o surgimento de vários outros. Acredito que o poder público tenha influenciado diretamente neste processo, fato ainda passível de investigação. Portanto, esta década do século XX vem sendo marcada pela afirmação e surgimento de muitos Afoxés. O MNU possui 24 grupos catalogados, mas estima-se a existência de quase trinta entre as cidades do Recife e de Olinda.

Em 2005, funda-se a UAPE – União dos Afoxés de Pernambuco, idealizada por sete grupos de Afoxé e hoje, com dez grupos filiados, é o organismo de representação jurídica dos afoxés pernambucanos dirigido por um Conselho formado por quatro homens e três mulheres representantes de cada um dos sete grupos que a fundou.


Surgio na Ribeira e Creseu Contagiando a Negrada Derrubando Barreiras pra não ver o Que a Negritude Marcada.

(O alafin Arrasou-Musica do Alafin)


Agremiação fundada em 2 de março de 1986 com o nome de Associação Recreativa Carnavalesca Afoxé Alafin Oyó na cidade de Olinda (PE) por dissidentes do Afoxé Araodé. Alafin na língua yorubá significa um título de nobreza como "Senhor do palácio" ou mesmo "Rei". Oyó é uma região na antiga Africa onde Xango orixa patrono do Afoxé foi um Alafin ( hoje Oyó é uma cidade na Nigéria), de onde veio para o Brasil. . A professora de artes e pesquisadora Tatiana Gouveia, também tesoureira do Afoxé Alafin Oyó explica que: "Afoxé é um cortejo que faz reverências aos mortos. O Maracatu Nação é um 'brinquedo', tipicamente Afro-brasileiro - Afro-pernambucano - que tem por base religiosa o culto aos Eguns - ancestrais que em vida foram modelo de ética e moral; levantando a questão da justiça. O Afoxé segue a mesma linha, porém sua ligação com a África é maior: sua corte e demais brincantes representam um Cortejo Afro". O Afoxé Alafin Oyó desenvolve ações comunitárias pela ação do Ministerio da Cultura pelo Projeto Pontos de Cultura como oficinas de percussão, canto e serigrafia, além de resgatar e de divulgar a cultura negra através de toques e danças afros. Apesar de todas essas ações, a agremiação não possui sede própria e depende de apoio do Poder Publico Municipal. Em 1989 a Produtora TV Viva realizou um vídeo sobre a agremiação. Este trabalho foi premiado no "4º Video Music Festival Democracy and Communication/IMRE", de Nova York, em 1992. No seu inicio os ensaios do Afoxe eram na ribeira como cantão a historia do afoxe em suas muiscas, ainda no início da década de 1990, o grupo se apresentou regularmente no Clube Atlântico, em Olinda. Entre os anos de 2000 e 2003 o grupo voltou a se apresentar no referido clube. No carnaval de 2003, em conjunto com outras entidades, prestou homenagem aos 140 anos do Maracatu Leão Coroado, nas Comemorações da Consciência Negra. O Afoxé Alafin Oyó participa de diversos eventos como a Terça Negra, Festa da Lavadeira, 20 de Novembro e de circuitos de Festivais no Brasil como o São Batuque, Festival de Inverno de Garanhus, Circuito do Frio e Festival de Cultura Popular de Brasilia todos que permeiam a educação, a valorização e respeito do povo pernambucano. Ao lado do Ilê de Egbá e Filhos d'Ogundê, participou do CD "Afoxés de Pernambuco", coletânea com algumas musicas do Alafin, mais o CD ja esta no forno com previsão para a data do aniversario do Afoxé Alafin Oyó.